Ter 17 maio 2011, 12:09 pm
Uma das melhores definições de design gráfico que já ouvi é esta da designer Jessica Helfand: ?Design gráfico é uma linguagem visual que une harmonia e equilíbrio, cor e luz, escala e tensão, forma e conteúdo. Mas é também uma linguagem idiomática, uma linguagem de símbolos e alusões, de referências culturais e inferências perceptuais que desafiam tanto o intelecto quanto o olhar?.
Gosto muito desta definição. A primeira parte é um sumário convencional do design gráfico, com o qual todos concordamos. Mas a segunda parte nos leva para uma área mais densa: ela trata o design como uma força expressiva. Essa segunda afirmação deixa claro que a consciência cultural é tão importante para um designer quanto suas habilidades técnicas e suas qualificações acadêmicas.
Ao ser perguntado se fazia pesquisas específicas para escrever cada um de seus livros, o escritor inglês Iain Sinclair respondeu que toda a sua vida era na verdade uma grande pesquisa. Não consigo imaginar nada mais apropriado para um designer gráfico. Se você não estiver constantemente absorvendo o que existe ao seu redor, criando algo como uma ?inteligência visual?, você nunca será um designer gráfico.
Dizem que os arrombadores de cofre esfregam a ponta dos dedos com lixas para aumentar a sensibilidade táctil. Eles deixam a ponta dos dedos muito sensíveis e faz com que consigam sentir todas as nuances do mecanismo que abre o cofre. O mesmo vale para o design gráfico: quanto mais sensível você se tornar em relação ao mundo ao seu redor, melhor será a sua resposta (criativa) em relação a este mundo. Isto significa estudar o design em todas as suas manifestações contemporâneas e também a história do design e das artes visuais em geral, mas também quer dizer conhecer o mundo além do design gráfico.
As vezes os designers, como outros profissionais por aí, imaginam que o mundo gira ao redor do seu umbigo, do design gráfico. Isto acontece especialmente quando se trabalha com design mais de 14 horas por dia. Mas aí vai uma dica. O mundo não gira ao redor do design! Os bons designers, em sua maioria, tem interesses pessoais que vão muito além do design gráfico. O design pode até ser a sua preocupação maior, mas ele não deixa de ter outros interesses.
OK, mas afinal, como isto me ajuda a ser um bom designer gráfico?
A coisa mais importante quando você estiver discutindo um trabalho com um novo e potencial cliente é demonstrar conhecimento, abertura e receptividade. O designer que demonstra apenas sinais de soberba e restrição de foco de atuação não vai inspirar o seu cliente. Isto parece óbvio, mas é surpreendente a quantidade de designers que usam as reuniões com clientes para falar sobre si mesmos e seu trabalho. Esses são os mesmos designers que reclamam mais tarde que o seu trabalho é frequentemente rejeitado ou que eles nunca podem fazer o que eles querem. Estes designer são culpados do pior crime que um designer gráfico pode cometer: auto-suficiência e visão estreita da realidade. Para o designer com ambições, essas duas coisas são fatais!
Se você puder demonstrar algum conhecimento sobre o campo de atuação do seu cliente, se você conseguir falar sobre o projeto com tranqüilidade e se você ouvir mais ao invés de só falar sobre si mesmo, você vai se impressionar com a receptividade do seu novo cliente sobre suas idéias. Parece um paradoxo, mas quanto menos você embasar o relacionamento cliente/designer sobre você próprio, mais sucesso você terá.
Além de possuir referências culturais e ter conhecimento do mundo além do design gráfico, um bom designer também precisa se comunicar bem. Isto não é o mesmo que saber fazer discursos eloqüentes, mas se refere à habilidade de saber falar sobre o seu trabalho, especialmente com clientes e com quem não é designer, de maneira coerente, convincente e objetiva, sem se utilizar da mesma linguagem que você costuma usar com outros designers. E como a comunicação é uma via dupla, isto significa também saber ouvir. O design gráfico precisa comunicar uma idéia sem o uso de comentários (escritos ou falados) que descrevam suas intenções: você não pode ficar ao lado de um web site, por exemplo, chamando a atenção das pessoas que que entrem no site e explicando para cada usuário como você utilizou os grids para criar uma noção de conjunto, pode? Apesar disso, os designers precisam das palavras, especialmente quando estão apresentando um novo projeto.
Convencer o seu cliente de que suas idéias são corretas e de que o dinheiro dele está sendo bem gasto requer argumentos muito bem formulados.
Uma boa técnica para desenvolver a habilidade verbal é descrever o que você criou sem mostrar o trabalho. Tente descrever com a maior quantidade de detalhes possível, de tal modo que não seja necessário ver o trabalho para entender o que você projetou.
E lembre-se: a maneira como um designer apresenta suas idéias é tão ou mais importante que as próprias idéias. Quando uma idéia é rejeitada, muitas vezes é a apresentação que está sendo rejeitada e não a idéia em si. [Webinsider]
Gosto muito desta definição. A primeira parte é um sumário convencional do design gráfico, com o qual todos concordamos. Mas a segunda parte nos leva para uma área mais densa: ela trata o design como uma força expressiva. Essa segunda afirmação deixa claro que a consciência cultural é tão importante para um designer quanto suas habilidades técnicas e suas qualificações acadêmicas.
Ao ser perguntado se fazia pesquisas específicas para escrever cada um de seus livros, o escritor inglês Iain Sinclair respondeu que toda a sua vida era na verdade uma grande pesquisa. Não consigo imaginar nada mais apropriado para um designer gráfico. Se você não estiver constantemente absorvendo o que existe ao seu redor, criando algo como uma ?inteligência visual?, você nunca será um designer gráfico.
Dizem que os arrombadores de cofre esfregam a ponta dos dedos com lixas para aumentar a sensibilidade táctil. Eles deixam a ponta dos dedos muito sensíveis e faz com que consigam sentir todas as nuances do mecanismo que abre o cofre. O mesmo vale para o design gráfico: quanto mais sensível você se tornar em relação ao mundo ao seu redor, melhor será a sua resposta (criativa) em relação a este mundo. Isto significa estudar o design em todas as suas manifestações contemporâneas e também a história do design e das artes visuais em geral, mas também quer dizer conhecer o mundo além do design gráfico.
As vezes os designers, como outros profissionais por aí, imaginam que o mundo gira ao redor do seu umbigo, do design gráfico. Isto acontece especialmente quando se trabalha com design mais de 14 horas por dia. Mas aí vai uma dica. O mundo não gira ao redor do design! Os bons designers, em sua maioria, tem interesses pessoais que vão muito além do design gráfico. O design pode até ser a sua preocupação maior, mas ele não deixa de ter outros interesses.
OK, mas afinal, como isto me ajuda a ser um bom designer gráfico?
A coisa mais importante quando você estiver discutindo um trabalho com um novo e potencial cliente é demonstrar conhecimento, abertura e receptividade. O designer que demonstra apenas sinais de soberba e restrição de foco de atuação não vai inspirar o seu cliente. Isto parece óbvio, mas é surpreendente a quantidade de designers que usam as reuniões com clientes para falar sobre si mesmos e seu trabalho. Esses são os mesmos designers que reclamam mais tarde que o seu trabalho é frequentemente rejeitado ou que eles nunca podem fazer o que eles querem. Estes designer são culpados do pior crime que um designer gráfico pode cometer: auto-suficiência e visão estreita da realidade. Para o designer com ambições, essas duas coisas são fatais!
Se você puder demonstrar algum conhecimento sobre o campo de atuação do seu cliente, se você conseguir falar sobre o projeto com tranqüilidade e se você ouvir mais ao invés de só falar sobre si mesmo, você vai se impressionar com a receptividade do seu novo cliente sobre suas idéias. Parece um paradoxo, mas quanto menos você embasar o relacionamento cliente/designer sobre você próprio, mais sucesso você terá.
Além de possuir referências culturais e ter conhecimento do mundo além do design gráfico, um bom designer também precisa se comunicar bem. Isto não é o mesmo que saber fazer discursos eloqüentes, mas se refere à habilidade de saber falar sobre o seu trabalho, especialmente com clientes e com quem não é designer, de maneira coerente, convincente e objetiva, sem se utilizar da mesma linguagem que você costuma usar com outros designers. E como a comunicação é uma via dupla, isto significa também saber ouvir. O design gráfico precisa comunicar uma idéia sem o uso de comentários (escritos ou falados) que descrevam suas intenções: você não pode ficar ao lado de um web site, por exemplo, chamando a atenção das pessoas que que entrem no site e explicando para cada usuário como você utilizou os grids para criar uma noção de conjunto, pode? Apesar disso, os designers precisam das palavras, especialmente quando estão apresentando um novo projeto.
Convencer o seu cliente de que suas idéias são corretas e de que o dinheiro dele está sendo bem gasto requer argumentos muito bem formulados.
Uma boa técnica para desenvolver a habilidade verbal é descrever o que você criou sem mostrar o trabalho. Tente descrever com a maior quantidade de detalhes possível, de tal modo que não seja necessário ver o trabalho para entender o que você projetou.
E lembre-se: a maneira como um designer apresenta suas idéias é tão ou mais importante que as próprias idéias. Quando uma idéia é rejeitada, muitas vezes é a apresentação que está sendo rejeitada e não a idéia em si. [Webinsider]